As estrelas de Hollywood preparam-se para dançar ao som do êxito de bilheteira “Barbie” que lidera as nomeações para os Globos de Ouro, o pontapé de saída da temporada de prémios de cinema que tem lugar no domingo.

Primeira grande festa desde as greves do ano passado, os Globos homenagearão o melhor do cinema e da televisão, de acordo com o ponto de vista de cerca de 300 jornalistas de entretenimento de todo o mundo. Uma mudança em relação a um passado recente, quando apenas 80 pessoas escolhiam os vencedores.

“Barbie”, a aventura da boneca que dá poder às mulheres, lidera a lista com nove nomeações. O filme realizado por Greta Gerwig e protagonizado por Margot Robbie deverá conquistar o troféu de melhor filme musical ou comédia, à frente de “The Holdovers” e “Pobres Criaturas”, segundo os especialistas inquiridos pelo sítio GoldDerby.

O drama histórico “Oppenheimer”, com oito nomeações, é o favorito para melhor filme dramático. A história sobre o homem por detrás da bomba atómica competiu com “Barbie” durante o verão, num confronto de bilheteira apelidado “Barbenheimer”.

“Barbie” reinou como o filme de maior bilheteira de 2023, com 1,4 mil milhões de dólares em vendas de bilhetes. “Oppenheimer” terminou em terceiro lugar com US $952 milhões.

Robbie e Ryan Gosling, que interpretou o namorado da Barbie, Ken, estão nomeados nas categorias de representação, tal como Cillian Murphy, que retratou J. Robert Oppenheimer, e o secundário Robert Downey Jr.

Leonardo DiCaprio, Robert De Niro e Lily Gladstone concorrerem ao Globo de Ouro de interpretação por “Os Assassinos da Lua das Flores”, o filme de Martin Scorsese sobre o assassínio de nativos americanos no Oklahoma, na década de 1920.

Bradley Cooper está na corrida para melhor ator e melhor realizador pelo filme biográfico de Leonard Bernstein, “Maestro”.

Os Globos são a primeira grande cerimónia de entrega de prémios desde que Hollywood sofreu duas amargas greves. Primeiro dos argumentistas e, depois, dos atores, no ano passado. As greves paralisaram a produção cinematográfica e televisiva, bem como muitos eventos de passadeira vermelha, durante meses.

Conhecido como uma celebração mais descontraída do que os Óscares, os Globos estiveram muito perto de acabar. Uma reportagem do Los Angeles Times em 2021 revelou lapsos éticos e falta de diversidade entre os membros da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, o grupo que anteriormente votava nos Globos. A cerimónia de 2022 foi abandonada enquanto a organização fazia reformas.

No ano passado, os Globos foram vendidos a novos proprietários e a associação foi dissolvida. A Eldridge Industries e a Dick Clark Productions gerem agora os prémios, com um corpo de votantes de 300 jornalistas de 75 países, com 60% de diversidade racial e étnica.

Há 27 nomeados pela primeira vez para os Globos deste ano.

Toda a gente adora uma boa festa

Os maiores talentos de Hollywood parecem estar prontos para avançar com os Globos, diz Chris Gardner, redator principal do The Hollywood Reporter.

“Adoram uma boa festa e também adoram o reconhecimento”, acrescentou Gardner. “Este é um evento mais descontraído do que os outros que se veem na televisão”.

A cerimónia de domingo será apresentada pelo humorista Jo Koy, de origem filipina, na sua primeira grande atuação como apresentador.

Um dos possíveis convidados da lista de estrelas é a estrela pop Taylor Swift. O seu filme concerto, “Taylor Swift: The Eras Tour”, foi nomeado na nova categoria de realizações cinematográficas e de bilheteira. Não se sabe se a cantora estará presente na cerimónia.

No campo da televisão, espera-se que “Succession” ganhe elogios pela sua última temporada sobre a batalha pelo controlo de um império global dos média. Lidera todos os nomeados com nove presenças, seguida da comédia dramática “The Bear”, com cinco.

Os vencedores dos prémios de cinema são observados de perto, pois podem dar um impulso na corrida aos Óscares em março.

No entanto, os Globos ficaram conhecidos no passado por algumas escolhas inesperadas. Os observadores estarão atentos para ver se há mudanças significativas com um corpo de votantes mais alargado.

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